As participantes presentes no 1° Encontro Nacional de Mulheres do PJU e MPU, reunidas em Brasília, no sábado (30) aprovaram Manifesto e Calendário de Lutas.
Leia o Manifesto
Organizar a luta das mulheres do PJU e MPU, em unidade com o conjunto da classe trabalhadora, para enfrentar as políticas de Bolsonaro.
Vivemos uma conjuntura mundial marcada por uma forte polarização social, política e econômica. Os governos se utilizam da crise para rebaixar as condições de vida da classe trabalhadora e atacar os direitos democráticos.
No Brasil, após a reforma da Previdência, o governo Bolsonaro busca intensificar os ataques contra a classe trabalhadora e o povo pobre. O plano encabeçado por Paulo Guedes é o de promover no país uma política econômica que inclui o fim de qualquer resquício de direito social e trabalhista, o fim dos serviços públicos e a entrega completa do país ao capital estrangeiro.
Bolsonaro/Guedes lançaram agora em novembro três projetos (PEC’s 186, 187 e 188) e a MP 905 que aprofundam a retirada dos diretos das trabalhadoras e trabalhadores e aumentam o saque dos cofres públicos pra pagar a dívida pública. As PEC’s do plano Mais Brasil estão previstas para serem aprovadas no senado ainda nesse ano.
Além de todo o pacote de ajuste econômico, Bolsonaro tenta destruir as liberdades democráticas, a cultura, o meio ambiente e está preparando uma reforma sindical para inviabilizar a existência dos sindicatos. Encaminharam recentemente um projeto do “excludente de ilicitude” que procura garantir às forças policiais licença para matar, legalizando a política de genocídio da juventude negra realizada pela PM’s nas favelas e ameaçando o direito de manifestação da população.
Nesse contexto, aprofundam-se as opressões. O Brasil é o 5º país com maio índice de violência contra as mulheres. Temos um aumento exponencial dos casos de feminicídio, estupros, agressões, bem como casos de lgbtfobia e racismo. As medidas do governo Bolsonaro, junto com a bancada conservadora, apontam políticas reacionárias contra bandeiras históricas do movimento de mulheres, contra os povos indígenas, quilombolas e trabalhadores do campo expondo as mulheres a maior vulnerabilidade.
No entanto, é importante ressaltar que nós mulheres temos protagonizado vários processos de luta no último período. Estamos nas greves, piquetes, ocupações. Além disso, estivemos na organização dos atos gigantescos do “Ele Não” denunciando o caráter machista, racista e lgbtfóbico do então candidato Bolsonaro. As lutas continuaram com a construção do 8 de março deste ano, dos atos massivos em defesa da educação e da greve geral em junho.
Seguir o exemplo dos trabalhadores do Chile, Equador, Haiti, Colômbia e Venezuela para derrotar Bolsonaro
O mundo e principalmente a América Latina estão em ebulição contra os planos neoliberais que, assim como no Brasil, estão causando a perda dos direitos e da qualidade de vida da população. Contudo, o exemplo espetacular da luta dos trabalhadores latino-americanos mostra o único caminho pra derrotar esses planos neoliberais que no Brasil estão sendo levados adiante por Bolsonaro e Guedes, que infelizmente conseguiram impor uma primeira derrota aos trabalhadores com a aprovação da reforma da previdência.
Nesse sentido, nós mulheres reunidas no 3º Encontro de Mulheres da Fenajufe, defendemos a necessidade de a Fenajufe se incorporar nas lutas contra o machismo, além do racismo e da lgbtfobia. Mais ainda, nas lutas gerais da classe trabalhadora, em unidade com as centrais sindicais, movimentos populares e estudantis, para derrotar os ataques do governo Bolsonaro.
Dessa forma, conclamamos todas as mulheres a lutarem POR EMPREGO, DIREITOS E MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO:
– Contra as privatizações e os pacotes do governo Bolsonaro que querem acabar com os serviços públicos e reduzir salários e direitos de quem atende a população.
– Pela rejeição da MP 905 do governo que significa o extermínio de direitos e o aumento da miséria da classe trabalhadora.
– Basta de ataques às organizações das trabalhadoras e trabalhadores; em defesa das liberdades democráticas; contra os planos ultra-liberais de Bolsonaro e Guedes.
Calendário:
2 a 6/12/2019 – Semana de agitação e panfletagem contra a MP 905, as PECs 186, 187 e 188 e o Pacote de ajustes do Guedes.
12/02/2020 – Atividade no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
8/3/2020 – Reforçar o dia 8 de março, dia internacional das mulheres.
18/03/2020 – Indicativo de dia nacional de paralisação, mobilização, protestos e greves.
Indicativo às centrais sindicais a necessidade de discussão da realização de uma greve geral no país.
Não ao pacotão de Bolsonaro/Guedes que quer destruir os serviços públicos!
Pela vida das mulheres! Basta de violência machista e feminicídio!
Basta de racismo e genocídio da população negra, pobre e periférica!
Basta de lesbofobia, bifobia e transfobia! Criminalização da LGBTfobia já!
Pela revogação da EC 95, reforma da previdência e reforma trabalhista!
Por emprego e salário igual! Por creches públicas, gratuitas e de qualidade!
Contra a censura, pela cultura e pelo estado democrático de direito!