O Sala de Entrevista – Especial Live – da última quinta-feira (9), transmitido ao vivo pelo Facebook e YouTube da Federação, debateu os riscos da manutenção das eleições municipais de 2020 em meio à pandemia de Covid-19. Mesmo com o adiamento das eleições para 15 e 29 de novembro, o tema requer um debate mais profundo tendo em vista o avanço do novo coronavírus no País. Neste cenário, a prioridade é a saúde e segurança dos servidores da Justiça Eleitoral.
Com o tema “Eleição Municipal e a Pandemia: impactos na vida dos servidores da Justiça Eleitoral e eleitores”, participaram o médico e doutor em saúde pública Tiago Feitosa e os coordenadores da Fenajufe e servidores da Justiça Eleitoral Costa Neto e Edson Borowski. A mediação ficou por conta dos coordenadores plantonistas Fernando Freitas e Thiago Duarte.
O doutor em saúde pública Tiago Feitosa explicou, embasado na situação atual do Brasil, que as projeções matemáticas apontam que o nível de contaminação e casos de óbito vai continuar elevado até agosto e só então ter uma inflexão de curva descendente. “Não podemos dizer taxativamente quando a gente vai estar com um nível de transmissão menor”, revela. Com relação às eleições, Feitosa aponta dois cenários que envolvem os trabalhadores da Justiça Federal e os da Justiça Eleitoral que são: a preparação das eleições – com a possível volta do trabalho presencial – e o momento das eleições propriamente ditas.
“Primeiro ponto é ter cuidado com as pessoas que se encaixam no grupo de risco e devem ser priorizadas no trabalho remoto”, explica Tiago Feitosa. E, sobre o trabalho presencial, algumas medidas precisam ser observadas para a segurança dos servidores como ambiente arejado, não compartilhamento de equipamentos, distanciamento entre as estações, uso de máscaras, etc. Feitosa acrescenta, além da máscara, o uso de protetor facial, objetos descartáveis e luvas de procedimento para os que estiverem trabalhando no dia das eleições.
Para o coordenador-geral da Fenajufe Costa Neto, nenhum servidor pode se sentir órfão de representatividade. E que tanto a Federação quanto os sindicatos de base devem acompanhar os procedimentos, desde os atos preparatórios até a realização das eleições, fiscalizando e intervindo. “Caso necessário, verificado que não há condições sanitárias para realização das eleições e de segurança e proteção à vida dos servidores, mesários, fiscais e população dos milhares de municípios dos quatro cantos do País, podemos fazer, em defesa da vida, a maior greve da Justiça Eleitoral que esse país já viu. Não podemos jamais aceitar que os servidores e os cidadãos sejam expostos ao risco de contágio e morte pelo coronavírus”.
Já o coordenador de políticas permanentes Edson Borowski informou que a Fenajufe, tendo como prioridade a saúde dos servidores, fez alguns movimentos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela manutenção do teletrabalho e aguarda, também, agenda com presidente do Tribunal, ministro Luís Roberto Barroso. “O TSE e os tribunais precisam ouvir os servidores. Precisamos levar a voz dos servidores, daqueles que estarão na linha de frente nas eleições, para as administrações dos TREs e do TSE”.
Assista a íntegra do programa:
Encontro da Justiça Eleitoral
Para ampliar a discussão sobre o assunto, no dia 25 de julho acontece o Encontro Nacional dos Servidores da Justiça Eleitoral (Eneje). O evento será on-line e foi aprovado pela Diretoria Executiva da Federação em consulta virtual. Acesse AQUI a convocatória do Encontro.
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