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Notícia

Covid -19: infecção pelo novo coronavírus faz terceira vítima no Judiciário

Clarice Fuchita Kestring tinha 63 anos, era oficiala de justiça e se encontrava de licença médica desde o dia 23 de março. Na justiça desde 1984, estava lotada na Central de Mandados do Forum Trabalhista Ruy Barbosa no estado de São Paulo e era filiada ao Sintrajud/SP há muitos anos. Sendo uma das primeiras filiações do sindicato.

A diretoria do Sindicato manifesta profundo pesar à família da servidora e espera não ter que noticiar mais nenhuma morte em decorrência da disseminação do vírus entre os servidores do Judiciário Federal. Em matéria publicada no sítio do sindicato a diretoria afirma que “a morte de colegas, por qualquer razão, é sempre uma consternação e que a “ vitimação pela pandemia, torna tudo mais doloroso para todos”

Uma semana antes (30 de março), o Sintrajud/SP noticiou a primeira morte de servidor no mesmo tribunal por Covid – 19. José Dias Palitot Júnior veio a óbito aos 44 anos. O servidor estava em teletrabalho e não apresentou sintomas da doença. No dia em que apresentou febre foi internado, morrendo cinco dias depois antes mesmo do resultado para o teste da doença ser confirmado. A diretoria lamenta os dois casos.

Em 25 de março, a COVID-19 fez a primeira vítima no judiciário. O servidor Carlos Alberto de Araújo Rocha, era lotado no Tribunal Regional Federal da 2ª região no Rio de Janeiro. Carlos Alberto trabalhava na área administrativa e era filiado ao Sisejufe onde participava sempre das atividades promovidas pelo sindicato, tanto de luta quanto culturais. A direção do Sisejufe,/RJ emitiu nota de ”solidariedade aos familiares e aos colegas de trabalho de Carlos Alberto” e em respeito ao luto o sindicato cancelou uma live que seria transmitida no mesmo dia de seu falecimento.

Visando proteger os servidores e servidoras a Fenajufe protocolou ofício em conjunto com a Fenajud no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) solicitando medidas protetivas para todos os servidores do judiciário Federal e Estadual. As federações pediram atenção especial aos Oficiais de Justiça, Agentes de Segurança, servidores da área da saúde/atendimento, além dos servidores do psicossocial dos Tribunais Estaduais (Assistentes Sociais, Psicólogos, Oficiais da Infância e Juventude, entre outros) que ficam na mesma situação, durante o enfrentamento à Pandemia.

As mortes dos servidores evidenciam a importância de políticas de distanciamento social e reafirmam a necessidade de obedecer as orientações das organizações de saúde e do Ministério da Saúde e demais normas decretadas nos estados e no Distrito Federal.

As entidades representativas dos Ojafs, se manifestaram sobre a morte dos oficiais. Paula Meniconi, oficial de justiça membro do Conselho fiscal da Fenajufe e presidente da Assojaf – MG, disse que é uma “triste oportunidade para reafirmar a importância de os Oficiais de Justiça evitarem sair de suas casas, mesmo para o cumprimento dos mandados urgentes” e que o momento é de preservação da vida. Ela defende que a execução dos mandados deve ser feita “por meios tecnológicos como email, whatsaap, telefone”

Já a Fenajufe lamenta as perdas no oficialato e no Judiciário Federal e manifesta o pesar por aqueles , que no exercício da profissão, fizeram aumentar tão triste estatística.