O ministro Walton Alencar Rodrigues, do Tribunal de Contas da União (TCU), passou 124 dias em viagens internacionais a trabalho em 2024, com despesas superiores a R$ 1 milhão, incluindo R$ 513 mil em diárias e R$ 500 mil em passagens. Esse número supera os 91 dias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve fora do país no mesmo período.
Paradoxalmente, o ministro Walton Alencar votou contra o pleito dos servidores do Judiciário no TCU relacionado à não absorção dos quintos. Em outubro de 2024, o ministro Antonio Anastasia votou a favor da preservação das VPNIs de quintos incorporadas entre 1998 e 2001, buscando impedir sua absorção, inclusive em relação à recomposição salarial de 2023. Contudo, o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Walton Alencar. Quando retomado, mesmo com o parecer favorável do Ministério Público junto ao TCU, o ministro Walton votou contra, resultando em um empate de 4 a 4, desfeito pelo voto de minerva do presidente Bruno Dantas, que decidiu pela absorção dos quintos.
A Fenajufe tem atuado para reverter essa decisão, argumentando que a Lei 14.687/2023 assegura uma proteção mais ampla aos quintos, abrangendo a primeira parcela de qualquer reajuste, absorção ou redução.
Luiz Cláudio Corrêa, presidente do SitraAM/RR e um dos coordenadores da Federação, critica a postura do ministro. “É inaceitável que um ministro que passa um terço do ano em viagens internacionais, custeadas com recursos públicos, vote contra direitos historicamente conquistados pelos servidores. Essa incoerência demonstra um descompasso com a realidade dos trabalhadores do Judiciário.”
O sindicato reafirma seu compromisso em defender os direitos dos servidores e continuará lutando contra decisões que prejudiquem a categoria.
Ascom/SitraAM-RR