
Os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher é uma campanha mundial que busca conscientizar a sociedade sobre as diversas formas de violência que atingem meninas e mulheres. No Brasil, a mobilização tem início em 20 de novembro, “Dia da Consciência Negra”. O objetivo é provocar reflexão e estimular atitudes concretas de prevenção, acolhimento e denúncia da violência de gênero.
A data (20) foi definida para reforçar a importância de incluir o enfrentamento ao racismo e reconhecer que a violência contra as mulheres negras é marcada por fatores históricos, raciais e sociais que as colocam no ranking das que mais sofrem com todas as formas de violência. Estrategicamente, a campanha se encerra no dia 10 de dezembro “Dia Internacional dos Direitos Humanos”
De acordo com dados de organismos nacionais e internacionais, as mulheres negras são as maiores vítimas de feminicídio no país, o que evidencia a urgência de ações específicas e eficazes de prevenção, acolhimento e justiça. Educar a sociedade para, de fato, eliminar. Para que isso ocorra, é preciso erradicar as raízes desse tipo de crime. O feminicídio é fomentado pelo machismo e pelas desigualdades raciais.
Publicação recente do “Mapa Nacional da Violência de Gênero 2025,” aponta altos índices de violência contra a mulher no Brasil, com destaque para a continuidade de feminicídios e estupros. Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados 718 feminicídios no país. As pesquisas indicam, ainda, que a violência doméstica é predominante e que as mulheres negras estão no topo da lista.
A marca é brutal e não para por aí. De janeiro a junho, 34 mil mulheres e meninas foram vítimas de estupro. Isso é equivalente a uma média de 187 crimes por dia. O levantamento é do “Observatório da Mulher Contra a Violência”, do Senado Federal. Romper o silêncio, denunciar, apoiar as vítimas e exigir políticas públicas eficazes são passos fundamentais para transformar essa realidade.
Importante destacar que ações pela eliminação da violência de gênero devem ser urgentes e continuadas. É necessário união coletiva entre governos, povos, órgãos, comunidades e sociedade civil para fazer o enfrentamento diariamente e não apenas no mês de novembro. Os números não mentem. A cada seis horas uma mulher morre no país, vítima de violência e isso é muito grave, já virou caso de saúde pública.
Outro ponto que não pode deixar de ser dito , é que muitas mulheres não se reconhecem em situação de violência. As agressões morais, patrimoniais e psicológicas por exemplo, são banalizadas e naturalizadas pelo sistema social e de justiça. É importante que as mulheres estejam atentas para reconhecer relacionamentos abusivos, tóxicos e entender que toda e qualquer ação agressiva deve ser combatida.
A Fenajufe defende e luta por uma sociedade inclusiva, justa igualitária e livre de toda e quaisquer forma de preconceito e opressões, principais geradores das violências. Existem várias formas de denunciar. Confira:
• Disque 180 — Central de Atendimento à Mulher – Funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone, fixo ou celular e pode ser feita de forma anônima.
• Emergências imediatas — Disque 190 (Polícia Militar) Use se houver risco iminente à vida ou agressão em andamento.
• Delegacia Online ou Delegacia da Mulher (DEAM). Em muitos estados, é possível registrar boletim de ocorrência online.
• Aplicativos e canais digitais: App “Proteja Brasil” (disponível para Android e iOS) — permite denunciar diversos tipos de violência. Alguns estados têm apps próprios de denúncia (por exemplo, “SOS Mulher” em SP).
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