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Notícia

SitraAM/RR repudia Guedes por usar servidores como moeda para aprovar reformas

Em novo ataque aos servidores, o ministro da Economia Paulo Guedes atribuiu o pagamento de um auxílio fixo de R$400 aos brasileiros mais pobres somente se a Reforma Administrativa for aprovada no Congresso. A fala, repudiada pela direção do SitraAM/RR, foi feita no último domingo (24), durante coletiva de imprensa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A Proposta de Emenda à Constituição de n.° 32, que retira direitos de servidores, tem enfrentado dificuldades para ser votada na Câmara, em especial pela forte pressão de sindicatos e parlamentares de oposição. O ministro da Economia, conhecido por seus cálculos sem base e promessas ilusórias, disse que a Reforma Administrativa deve gerar uma economia de R$300 bilhões na próxima década. Segundo ele, então não haveria problema tirar R$30 bilhões desse valor para pagar um auxílio aos mais pobres. No entanto, Guedes não mostrou qualquer planejamento que de fato explicasse como isso seria feito. 

O titular da Economia e o presidente Bolsonaro estão sendo constantemente criticados por brasileiros descontentes com o aumento da pobreza e pela forte inflação de 1,16% em setembro, maior porcentagem para o mês desde a criação do Plano Real, em 1994. Por isso, estão correndo contra o tempo para aprovar o chamado Auxílio Brasil. 

No entanto, se veem em um beco sem saída, já que o orçamento do governo federal para o próximo ano não permite pagar R$ 400 de auxílio (o valor que gostariam) sem furar o teto de gastos, medida que proíbe o Executivo de gastar mais que o valor do orçamento do ano anterior, corrigido pela inflação. É daí o plano maquiavélico de Guedes de retirar direitos dos servidores mais pobres para salvar o governo e garantir a reeleição de Bolsonaro. Tudo se torna ainda mais grave ao considerar que essa proposta foi mencionada no início desta semana, às vésperas do Dia do Servidor Público, comemorado em 28 de outubro.  

“Trata-se de uma manobra meramente eleitoreira, pois o programa não tem contrapartida e exclui estados e municípios da organização do processo. Portanto, visa unicamente benefícios eleitorais para o governo por meio da distribuição de dinheiro para a população. Aliás, somos a favor que esta tenha uma forma de renda, especialmente na pandemia, mas seja um programa duradouro, com um valor digno e participação das famílias com mais investimento em saúde, educação e proteção às crianças”, criticou Luiz Cláudio Corrêa, presidente do SitraAM/RR.