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Em debates virtuais, servidores mostram como o racismo estrutural na sociedade se ramifica no setor público

Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, entidades do serviço público realizaram, nesta quinta-feira (19), debates online para discutir as bases da discriminação estruturante que se perpetua nos diversos segmentos da sociedade brasileira.

Em Manaus, o ativista social e presidente do SitraAM/RR, Luiz Cláudio Correa, foi mediador de duas lives com essa proposta. A primeira, realizada às 16h, pelo Fórum em Defesa dos Serviços Públicos do Amazonas, do qual o SitraAM é um dos integrantes, e a segunda, às 18h30, pela Fenajufe, da qual o sindicalista é um dos coordenadores.

Em ambos os eventos, com a participação de intelectuais negros e militantes de movimentos contra o racismo, ficou claro que a discriminação está enraizada em todas as áreas da economia e da sociedade, sendo algo com o qual o povo negro ainda terá de lutar muito.

Live do Fórum
Além de Correa, também esteve presente na live promovida pelo Fórum em Defesa dos Serviços Públicos do Amazonas, o representante do Sintesam, Francisco Viana. Eles receberam o coordenador jurídico da Fasubra, João Paulo Ribeiro, e a professora do Departamento de Ciências Sociais da Ufam, Renilda Costa.

A docente discorreu sobre o que é o racismo estrutural e estruturante, dando exemplos de como ele se desenvolveu e se perpetua a até o dias de hoje, onde não apenas dos direitos dos negros são usurpados, mas também de outras minorias, como por exemplo os indígenas.

“A expressão racismo estrutural parece que agora está ganhando mais destaque no Brasil, especialmente devido a alguns episódios internacionais, como a morte daquele norte americano assassinado por um policial branco. Mas a verdade é que ele está e sempre esteve presente em todas as regiões do país”, comentou a professora.

Ela ressalta, no entanto, que a luta dos negros por mais espaço na sociedade brasileira não é de hoje e perpassa por toda a história, desde a colonização, em movimentos como a ‘Guerra do Paraguai’, o ‘conflito de Contestado’ e a ‘Cabanagem’.

Já o coordenador jurídico da Fasubra, JP Ribeiro, que é militante do movimento negro, reforçou a luta do negro por espaço na sociedade e discorreu sobre aquilo que hoje é chamado de racismo institucional, que se alastra sobretudo no serviço público nacional.

Live da Fenajufe
Na live da Fenajufe, a mediação foi feita por Luiz Cláudio Correa e pela jornalista da Federação, Joana Darc, que receberam como debatedores a Jornalista, mestre e doutora em Comunicação, Kelly Quirino, além do pesquisador e professor efetivo na Secretaria de Educação do Distrito Federal, Eliseu Amaro. Eles falaram sobre Estado, branquitude e racismo no Judiciário.

Kelly Quirino considerou de extrema importância a proposta do debate, pois considera que o Judiciário é uma instituição ainda hoje muito perversa com o negro, visto que reflete o racismo como uma política de Estado. Já Amaro enfatizou que tais questões só poderão ser superadas com um acesso maior á educação e uma educação que proporcione uma melhor formação sobre a história dos negros, o que hoje não acontece no Brasil.

Ambas as lives foram transmitidas, ao vivo, pelo Facebook do SitraAM/RR e estão disponíveis para quem não teve tempo para assistir.