Em Manaus para inaugurar ponte, Dilma é vaiada por manifestantes
Na capital amazonense para a inauguração da ponte Rio Negro, que liga Manaus a outros municípios da região metropolitana, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada nesta segunda-feira (24) por manifestantes de sindicatos e diversos movimentos sociais que compareceram à solenidade.
Entre estes estavam representantes dos servidores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da Justiça Federal (JF) e do Tribunal Regional Eleitoral (TER) do Amazonas, que reivindicaram a aprovação do Projeto de Lei (PL) 6613/2009, que prevê a recomposição salarial da categoria.
Unidos a estudantes, indígenas, sem teto e sem terras, os servidores marcharam em direção ao palanque da inauguração, no bairro da Compensa, Zona Oeste, e expressaram toda a sua indignação com uma sonora vaia durante o discurso em que Dilma, ao lado do ex-presidente Lula, dizia que seu governo veio para “melhorar a vida do povo”, especialmente dos menos assistidos.
Dilma, que também veio homenagear Manaus pelos seus 342 anos – completados hoje – ficou tão surpresa com o protesto que chegou a gaguejar e a perder o raciocínio da fala, abrindo uma lacuna de silêncio durante seu pronunciamento.
“Isso foi para mostrarmos que aqui ainda existe oposição”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho no Amazonas e Roraima (Sitra-AM/RR), Luis Claudio Correa.
Já o vice-presidente, Allan Kardec Farias, ressaltou que é preciso perder o medo e cobrar, de fato, mais atenção aos anseios da população. “Nós reivindicamos o nosso PCS, outros pedem por mais moradia, saúde, educação, transporte e por aí vai. O importante é mostrarmos que não estamos satisfeitos com o que está sendo feito com o nosso país”, comentou.
Carregando uma faixa que dizia “Dilma abra a mão, aprove a revisão”, os servidores do Judiciário demonstraram que, assim como em outros estados, no Amazonas, o movimento pela aprovação do PCS só tende a ganhar força.
Em greve desde o dia 4 de outubro, eles estão determinados a fazer com que o governo reveja o seu posicionamento e aceite negociar com a categoria.