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Plenária com servidores de 25 estados aprova greve pela aprovação do PCS

Servidores aprovam construir já a paralisação e ampliar a greve iniciada na Bahia e em Brasília, assinalam que é a categoria quem negocia e decide e conclamam a unidade

Os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União têm pressa em fazer a greve nacional. Há dois motivos principais para isso: ela já começou na Bahia e em Brasília e é imprescindível para forçar a negociação com o governo e o STF e arrancar, antes do recesso Legislativo, um acordo que garanta a revisão salarial e supere o congelamento imposto pela presidenta Dilma Rousseff. Foi o que avaliou a maioria dos representantes dos servidores de 25 estados do país e de todos os sindicatos filiados à federação (Fenajufe) que participaram da 16ª Plenária Nacional da categoria, ocorrida entre 3 e 5 de junho num Rio de Janeiro frio na temperatura, mas quente na recepção e nas ruas movimentadas pelas mobilizações dos bombeiros, também em campanha salarial.

A resolução aprovada no último dia da plenária convoca os servidores a construir já a greve em cada estado e em cada local de trabalho. Em alguns lugares a data da paralisação já está marcada: 7 de junho no Mato Grosso, dia 16 em São Paulo e no Pará. Mas a recomendação é que os sindicatos de todos os estados convoquem assembleias, exponham para a categoria a urgência da greve e iniciem o mais rápido possível a paralisação. "Vamos construir uma grande greve, já que Brasília e Bahia já estão parados. Temos que fazer uma greve forte", disse Pedro Aparecido, dirigente da federação e do sindicato de Mato Grosso (Sindijufe-MT), logos após os delegados aprovarem o calendário de mobilização, que aponta ainda a participação com peso na manifestação nacional do funcionalismo marcada para 16 de junho, em Brasília.

Relator vai apresentar parecer

Durante a plenária, o relator na Comissão de Finanças da Câmara do projeto de lei que revisa o plano de cargos e salários do Judiciário (PL 6613/2009), deputado federal Roberto Policarpo, disse que pretende apresentar o seu relatório ainda esta semana. Parlamentar do PT e da base de apoio do Planalto e ex-dirigente da federação, ele informou que fará isso apesar de não haver qualquer negociação em curso com o governo. "Na medida em que ele se comprometeu a fazer um relatório, mas sem nenhuma proposta concreta, a greve é uma grande pressão para que ele procure dentro do governo um acordo, já que apenas o relatório não diz absolutamente nada", observou Pedro.

A plenária que aprovou o início da paralisação também reafirmou a defesa da revisão salarial por meio dos textos originais dos projetos que tramitam na Câmara, tanto o do Judiciário quanto o do MPU. Mas não fecha as portas para negociações na medida em que contrapropostas sejam de fato apresentadas pelo governo. A resolução que os servidores que estiveram no Rio levam na bagagem para seus estados, porém, não abre mão de que qualquer nova proposta seja submetida à avaliação da categoria por dentro de seus fóruns sindicais -leiam-se comandos de greve, assembleias e reuniões ampliadas da federação.

Unidade para derrubar o congelamento

Durante os três dias de debates a palavra ‘unidade’ foi uma constante. No entanto, não houve consenso quanto a uma proposta que fosse abraçada por todos os delegados à plenária. Quase todos os que defendiam o modelo de remuneração por subsídio, em menor número na plenária, não votaram na resolução que definiu o que seria defendido na greve, mas numa proposta que deixava esse modelo em aberto. Na votação do plano de lutas, o grupo de servidores pró-subsídio não fechou posição e declarou que cada um votaria como considerasse melhor.

Apesar disso, a plenária foi concluída, no início da noite de domingo (5), sob a perspectiva de que a unidade seja consolidada na prática no processo de mobilização. "O resultado que vier vem para todos nós, para quem fizer e quem não fizer a greve. Por isso também precisamos agir juntos, com muito diálogo e tranquilidade e com clareza no debate para que a gente possa construir essa unidade", analisou Leica Silva, servidora do TRT de São Paulo e dirigente do Sintrajud. Opinião corroborada pela servidora Lindinalva Ribeiro de Souza, do TRE da Bahia e integrante do movimento de oposição naquele estado, onde a greve começou no dia 1º de junho sob o ritmo da unidade. "Na Bahia a gente fechou acordo através do convencimento, considerando que no momento o que existe de concreto é o PCS, e com o comprometimento de lutar pelo plano de carreira posteriormente. Estamos com a corda no pescoço, temos que lutar", ponderou.

 

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