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Trabalhadores protestam contra reformas e Temer põe Exército nas ruas

Manifestantes resistem a bombas e tiros na defesa de direitos conquistados à custa de muita luta

As imagens não deixam dúvidas: mais de 150 mil manifestantes ocuparam a Esplanada dos Ministérios na quarta-feira, 24 de maio, para protestar contra as reformas Trabalhista e da Previdência e pedir o fim do governo Michel Temer, atolado em denúncias de corrupção e marcado por uma das maiores investidas contra direitos trabalhistas, sociais e ambientais dos brasileiros.   O #OcupaBrasília , como ficou conhecida a marcha nacional dos trabalhadores, teve início já na madrugada do dia 24 quando foi erguido o acampamento das caravanas, nas proximidades do Mané Garricha – o Estádio Nacional de Brasília.

No acampamento do “esquenta”, estudantes, movimentos sociais, agricultores familiares, movimentos de mulheres e uma enormidade de categorias dos demais trabalhadores - tanto da iniciativa privada quanto do setor público - preparavam, com alegria, o dia de lutas que viria pela frente.  Mais uma vez a democracia festejaria a liberdade de um povo defendendo direitos conquistados com muita luta.

Convocados pela Fenajufe, sindicatos da base não só enviaram caravanas e representações a Brasília, como uniram forças com outras entidades por uma bandeira bem maior: a preservação de direitos. Além de Brasília onde o Sindjus/DF recepcionou as delegações, outros 28 sindicatos marcaram presença, enviando quase dois mil servidores do PJU e MPU para a marcha de protestos. Pela Fenajufe, os coordenadores Adriana Faria (DF), Alisson Silva (RO/AC), Cristiano Moreira (RS), Edmilton Gomes (DF), Elcimara Souza (DF), Erlon Sampaio (SP), Gerardo Alves (DF), Gláucio Luiz (PR), Helenio Barros (RJ), José Aristéia Pereira (Campinas/SP), Costa Neto (DF), Mara Weber (RS), Marcelo Ortiz (RS), Marcos Santos (PB), Ronaldo das Virgens (RJ), Saulo Arcangeli (MA) e Vicente Sousa (CE), acompanharam as atividades na Esplanada e no interior da Câmara e do Senado.

A arrancada rumo a Esplanada começou por volta de meio dia. Com a cabeceira da marcha passando pela Rodoviária do Plano Piloto e a concentração ainda lotada no Mané Garrincha, o ato convocado pelas centrais sindicais além de muito grande, mostrou o que todo brasileiro já sabe: o trabalhador não aceita a perda de direitos, vai lutar por esses direitos e ocupou Brasília nessa luta.

Já chegando ao Palácio do Itamaraty e ocupando toda a extensão da Via N1 do Eixo Monumental, lá atrás, no final da marcha, parte dos manifestantes ainda nem sequer havia chegado à rodoviária do Plano. Começou então a ocupação do canteiro central do Eixo. Unidos, os manifestantes entoavam o #ForaTemer e faziam ecoar brados de luta contra a retirada de direitos.

Repressão e resistência

Instantes depois dos manifestantes ocuparem o canteiro central, a Polícia Militar do DF deu início a um violento ataque contra a marcha. Dali em diante, o que se viu, foi barbárie e violência gratuita, com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e tiros com munição verdadeira contra os trabalhadores. Acuados e agredidos, a reação de parte dos manifestantes não podia ser outra: sem poder se defender das armas da PM, restaram as vidraças, banheiros químicos e qualquer coisa que pudesse queimar e atrasar os cascos dos cavalos que pisoteavam homens, mulheres, crianças e idosos na Esplanada. Um show de horrores patrocinado pela elite política contra aqueles que legitimaram mandatos eleitorais.

Mas se a PMDF acreditava que faria a multidão dispersar, a expectativa não poderia estar mais equivocada. Resistindo e dispostos à luta, os manifestantes se reorganizavam e guardavam posição. Resistir, mais que nunca, foi preciso!

Com Exército e sem diálogo

Em meio ao massacre que a PM infligia aos trabalhadores na Esplanada, uma notícia chega e causa incredulidade: sem a menor disposição ao diálogo e utilizando expedientes de força típicos de governos autoritários e oligárquicos, Michel Temer convoca o Exército para se posicionar na Esplanada dos Ministérios.

A repercussão negativa foi imediata: na Câmara dos Deputados a oposição denuncia a incapacidade de Temer se manter à frente do Executivo e cobra explicações de Rodrigo Maia (DEM/RJ), tido como autor do pedido à Presidência da República, para convocação do Exército. Sem respostas, deputados abandonam o plenário em protesto e se juntam aos manifestantes. Antes, porém, eles ocuparam a Mesa Diretora da Câmara.

No Supremo Tribunal Federal, em sessão naquela tarde, coube ao ministro Marco Aurélio Mello a manifestação de incredulidade quanto a notícia. Na imprensa internacional a repercussão negativa não foi diferente.

Pressionado, o Planalto emite nota jogando nas costas da Câmara dos Deputados a responsabilidade pela convocação. Rodrigo Maia, diante do imbróglio, não segura as pontas e culpa o Planalto. O racha na base governista foi escancarado.

Nesta quinta-feira (25) pela manhã, Michel Temer recua e revoga a convocação. O prejuízo foi incalculável para um governo moribundo, que sangra o País.

 

 

 

Mobilização

O sucesso do #OcupaBrasília e a reação do governo que insiste em manter as reformas em tramitação mesmo a um passo do precipício, apontam a necessidade de intensificar as mobilizações. Para a próxima Greve Geral - a ser definida pelas centrais sindicais – a previsão é de movimento ainda maior que do 28 de abril e possa chegar a dois dias de paralisação.

A avaliação é que os protestos preocuparam governo e Congresso e repercutem diretamente no apoio às reformas, mesmo com pesado discurso do Planalto na tentativa de aparentar  normalidade nas relações com o Parlamento.

A Fenajufe orienta aos sindicatos de base que permaneçam pressionando os parlamentares em suas bases eleitorais, intensificando presença nos aeroportos, escritórios políticos, eventos públicos com presença de congressistas e em Brasília.

 

 

Por: Fenajufe - Luciano Beregino

Imagens: Joana D'arc - Arquivo pessoal

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