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Marcha das Mulheres Negras leva grito contra a opressão ao Planalto Central

 

Não só Capital Federal, mas, principalmente a capital do grito pela liberdade, da luta pelo respeito e contra a violência que mata meninas e mulheres negras. É assim que a cidade se veste nesta quarta-feira, 18, quando mulheres negras de todo o País se reunirão em Brasília para marchar por condições mais dignas e igualitárias. Com o tema “Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver”, a Marcha das Mulheres Negras está em sua quarta edição e carrega o grito das quase 50 milhões de mulheres pretas e pardas do Brasil.

É um grito que começou rouco, abafado pelo machismo, pela violência e pela exclusão em 2011, durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes, em Salvador. O grito se fortaleceu e hoje, quatro anos mais tarde, será ouvido pelo mundo, partindo da brasileiríssima Brasília.

A intenção é que se concentre na capital brasileira o maior número possível de ativistas, instituições e organizações que militem pela mulher negra. Pra isso o convite estampado pela organização é claro: “Temos interesse especial em mobilizar: meninas negras, adolescentes e jovens negras, do campo e das cidades; negras enfermeiras, negras professoras, negras empregadas domésticas, negras quilombolas, negras das manifestações e danças tradicionais (carimbo, marabaixo, maracatu, tambor de crioula, jongo e outras), negras do samba (sambistas, passistas, portas-bandeiras), negras prostitutas, negras médicas, negras ligadas às religiões de matrizes africanas (candomblé, mina, quimbanda, umbanda, pena-maracá e outras), negras cujos filhos/as foram assassinados pela polícia, negras lavadeiras, negras cozinheiras, negras da construção civil, negras cristãs (católicas, anglicanas, presbiterianas, batistas, testemunha de Jeová, assembleianas, dentre outras),negras bahaistas, negras nerds, negras punks, negras emos, negras desportista, negras artistas, negras atéias, negras portadoras de deficiência, negras regueiras, negras rapers, negras funkeiras, negras DJs, negras grafiteiras, negras garis, negras empresárias, negras que conseguiram cursar o terceiro grau, negras cujos parentes foram assassinados nos episódios do Carandiru, Candelária, Vigário Geral, Eldorado dos Carajás e outros massacres, negras lésbicas, negras bissexuais, negras transexuais, negras modelos fashions, negras sem terra, negras atingidas por barragens, negras sem teto, negras-indígenas, negras ribeirinhas, negras extrativistas, negras não alfabetizadas; negras que foram mal atendidas no sistema de saúde). Ou seja, todas as mulheres negras, inclusive, e principalmente, as quem foram e/ou estão sendo discriminadas por vizinhos, por médic@s, por dentistas e outros, mas que têm se sentido impotente diante de tão grande opressão.”.

A Marcha das Mulheres Negras acontece num momento preocupante. A divulgação do "Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil", realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da ONU Mulheres, mostra que em dez anos, de 2003 a 2013, o feminicídio de mulheres negras aumentou em 54,2%. O número de assassinatos passou dos vergonhosos 1.864 em 2003, para avassaladores 2.875 em 2013.  No mesmo período houve recuo de 9,8% dos crimes contra mulheres brancas. Caiu de também vergonhosos 1.747 para alarmantes 1.576. Caiu. Mas também é alto.

Outro dado que se destaca no relatório é a violência contra as negras, não consolidada estatisticamente como homicídios – a vitimização, situações de subjugação e violência às quais são submetidas – saltou de 22,9% em 2003, para 66,7% em 2014.  Um percentual de 190,9% de aumento.

E é nesse contexto, com o duro peso de uma realidade que insiste em subjuga-las, que as Mulheres Negras ganham as ruas de Brasília. Uma realidade que insiste em oprimir, mas encontra a resistência forjada na luta de gerações e transmitida por uma ancestralidade que molda não só a marca do Brasil, mas o futuro de um povo.

A Marcha terá início com a concentração a partir das 8h30, no Ginásio Nilson Nelson e segue a seguinte programação:

- 8h30 – Concentração da marcha no Ginásio Nilson Nelson

- 9h30 – Ato pela abertura da Marcha, seguindo o seguinte roteiro: Ginásio Nilson Nelson – Eixo Monumental – Museu da República – Eixo Monumental – Congresso Nacional – Ginásio Nilson Nelson

- 13h – Encerramento com o espetáculo “ Mulheres Negras pelo Bem Viver”.

 
da Fenajufe, Luciano Beregeno

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