Lutar é preciso, mas lutar por nada é um erro

Nas mobilizações pelo reajuste salarial nesse ano de 2015 nosso sindicato teve como posição a adesão ao movimento nacional de greve pelo PL 7920, e seus desdobramentos até o veto 26. Durante esse período nossa luta foi marcada por uma greve de 90 dias e pela disposição de enfrentamento pelo direito a reposição salarial e também pela defesa incondicional do servidor perante as estruturas orgânicas do estado e da sociedade. Entendo que a luta por reajuste gerou um clima de conflito e de guerra, mas que não deve superar a capacidade histórica dos trabalhadores do Judiciário Trabalhista no Amazonas e em Roraima de analisarem a conjuntura nacional. Sempre consideramos, como direção democrática, seguir a decisão do conjunto da categoria, mas sem receio de falar sempre que necessário a verdade, por mais dura que ela possa aparecer. Achamos que essa é a responsabilidade do dirigente sindical. Para isso acompanhamos o processo político que envolveu o reajuste salarial e sentimos que a categoria resolveu abdicar do cenário de diálogo e fazer do enfrentamento a estratégia, talvez pelas incertezas trazidas pelos negociadores ou por manobras de grupos políticos que tem como único interesse fazer do servidor massa de manobra, no pior estilo "quanto pior, melhor". Nesse cenário, apontamos os aspectos econômicos, negociais, de enfrentamento e possibilidades para alcançar o reajuste. E mesmo a utopia que virou a derrubada do veto nunca deixou de ser analisada de forma crítica pela nossa direção. Agora, na atual conjuntura econômica, cabe dizer a verdade, diante de corte de despesas, Congresso Nacional preocupado unicamente com a sobrevida de seus agentes políticos e STF predisposto a partir para o contra-ataque e retirar o projeto salarial, que será um grande erro que toda essa luta acabe com o reajuste zero. Sabemos que o projeto (PL) 2648 não é o desejado pela base na JT no Amazonas/Roraima, mas devemos dizer que o risco do reajuste zero existe e que ele pode ir além de 2016, talvez chegando a 2018. O cenário político é o da pior incerteza possível e continuar nos pautando pelo ilusório das redes vai levar todos ao fundo do poço. Lembro quando tivemos o reajuste da GAJ de 50% para 90%. Logo depois com a melhora do cenário conseguimos 2 níveis para os servidores, representando cerca de 10% a mais no vencimento. Política sindical é isso, avançar sempre. Precisamos dar um basta nos grupos que de fora insistem em querer pautar nossa luta. Sempre fomos firmes em nossa posição e não pretendemos deixar os servidores sem reajuste salarial por capricho ou interesses políticos eleitoreiros sejam de oposição partidária fracassada que apenas usa o servidor para ter palanque ou de grupos que querem apenas retórica antigoverno para avançar como lobos nas estruturas sindicais. Vamos a luta por reajuste sim, esse sempre vai ser nossa meta. Qualquer avanço é sempre melhor que nada. E nesse momento, melhorar e aprovar o PL 2648 passa a ser a nossa alternativa.