Menos de uma semana após legislar em causa própria para que fosse viabilizado o pagamento do auxílio-moradia aos magistrados do Brasil, o Poder Judiciário dá outro mau exemplo de como a legalidade de seus atos está estritamente ligada ao desejo dos poderosos e governantes.
Em decisão tomada no domingo (28), o TRF da 3a Região determinou que os servidores ligados ao TRE de São Paulo estão proibidos de fazerem greve para que sejam preservados seus direitos à reposição salarial. Ainda, estão proibidos de fazerem atos e mobilizações que buscam preservar o estado democrático e a autonomia dos poderes.
A magistratura provoca colapsos para que seus privilégios e interesses sejam sempre preservados. Foi assim na reforma da previdência, na assimetria do auxílio-alimentação, do auxílio-moradia. Isso nada mais configura que o uso do poder como estratégia para benefício próprio.
Esse, que é o menos democrático dos poderes, que teima em desenvolver políticas de controle social para que se preserve no seu seio beneficies estruturadas durante o período negro de nosso país, dá uma aula de como é fácil para os poderosos ceifarem nossas garantias de liberdade de expressão e de luta de classes.
O judiciário não dorme. Seus magistrados ainda deitam em berço esplêndido, garantidos pelo poder da caneta.
Quem dorme é a justiça. Seus olhos estão fechados para o servidor público do nosso país.
Nossa solidariedade aos servidores públicos do Tribunal Eleitoral de São Paulo/SP.
Diretoria do Sitraam