BRASÍLIA - Apesar de jogar duro com o movimento grevista nas últimas semanas, o governo federal estuda autorizar um reajuste para os funcionários das empresas estatais pouco superior a 5%.
Trata-se da recomposição inflacionária para garantir o poder de compra da categoria. Ao mesmo tempo, um reajuste linear para todo o funcionalismo público ainda não está descartado.
Dos reajustes já assegurados, e acima da inflação, somente professores universitários e militares integram a seleta lista do Ministério do Planejamento.
Para os funcionários de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, entre outras empresas estatais, a ideia é garantir a manutenção do poder de compra.
Na semana passada, a Eletrobras ofereceu aumento real de 1,5% aos seus funcionários para acabar com a greve da categoria. Tenta-se, agora, estender o benefício às demais empresas públicas.
Por ora, estão descartadas grandes reestruturações de carreiras ou robustas recomposições salariais.
De acordo com o argumento oficial, o servidor público federal ganhou, na última década, reestruturações de carreira muito acima das perdas inflacionárias.
Diante de um cenário de crise financeira internacional, o governo vem tentando segurar o gasto público. A ordem, nas palavras usadas pela própria presidente Dilma Rousseff, é "não pode brincar à beira do abismo".
Segundo representantes da equipe econômica, não há espaço fiscal para atender às reivindicações salariais dos servidores no próximo ano. Eles argumentam que o objetivo central para acelerar o crescimento é ampliar os investimentos públicos, e não a folha salarial.